segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Feira de Natal e neve

Sem graça este frio, quase perdi meus dedos! E o pior é que eu estava com luvas... hunft!

Aproveitei o domingo à noite para visitar a Feira de Natal (de novo!) e comer coisas típicas, aproveitar por que eu não vou ver isto de novo...

A Eslováquia, algumas vezes, é bem Brasilzão! Vamos dar início com esta feira...

Para começar eu cheguei na feira e haviam algumas filas para comprar coisas (leia-se comida) nas barraquinhas. Como bom brasileiro, é claro que eu corri para pegar a fila - sem nem sequer saber para que que era, óbvio! Hahaha, brincadeira...

Primeiro eu fui lá na barraquinha, dei uma espiada, fiquei uns 10 minutos tirando fotos, confira:

Cheirava bem, muito bem! E eu já tinha comido isto na sexta-feira, mas agora eu queria experimentar o outro, não de frango, mas sim de lingüiça.

Entrei na fila, mas não foi tão fácil assim. Primeiro por que quando fui lá perto para ver do que se tratava, meio mundo já olhou meio estranho hahaha, claro! Acharam que eu ia cortar a fila (bem que eu podia dar um de louco né.. mas enfim, melhor não). Daí eu fui perguntando onde era o fim da fila, a cada 3 passos. Foi preciso perguntar 3 vezes, então dá pra imaginar que a fila estava um pouco grande. Na última vez que perguntei o homem que me respondeu ficou meio surpreso e não só falou que era alí o fim da fila, puxou conversa. Primeiro ele falou que achou estranho meu inglês, disse ele: “I miss this North American English! You are not from here, right?”. Ohhh!! Hahaha... conversa vai, conversa vem, ele se chama Peter e estava com um grupo de amigos, tinha feito aquele comentário por que ele acabara de chegar da Califórnia e se sentiu familiarizado com o sotaque quando abordei ele. Ele deve gostar muito de lá, por que ficou feliz em conversar, perguntava também sobre o México e Peru, pois ele já passou por lá. Rapaz viajado.

Final das contas, descobri que este tipo de comida costuma ser chamada de “Gipsy food” (Comida de cigano) e é muito popular nesta época! A forma mais tradicional é com linguiça, segundo ele. A propósito, pelo que andei lendo no meu guia, quando falam “ciganos” eles estão falando de romanos, uma das minorias do país e este termo é considerado ofensivo.

A comida nada mais é que um pão de hambúrguer com mostarda, cebola e linguiça (ou filé de frango). A linguiça, o filé de frango e a cebola ficam numa grande chapa, como pode ser visto na foto anterior: você chega e pede com qual carne você quer e eles montam na hora. Entre outras coisas, pode-se comprar vinho quente (tinto, branco, etc..), Kofola, Coca-Cola, cervejas e outras comidas típicas (foto abaixo).


Vamos começar do começo.

Todos estas comidas aí na foto são chamadas de Lokše. Não sei a tradução, mas é a base, digamos assim, e é como se fosse uma massa de panqueca, só que mais grossa. O Lokše pode ser doce ou salgado, quem manda é o recheio: Kapustové (couve), Makové (papoula), Orechové (nozes) Pečienkové (carne de porco desfiada), Mastené (sem recheio, apenas regado com gordura suína – argh!). Tem mais dois, só que eu não fui apresentado a eles: Cesnakové e Nugatové.

Eu fiquei com o Pečienkové (carne de porco desfiada) e o Makové (papoula). Peter reforçou que o Makové não dá grau, hahaha mesmo sendo feito de semente de papoula! J Para beber foi uma Kofola mesmo.

Eu particularmente só gostei mesmo do lance cigano, não curti muito o Lokše. Talvez não tenha ajudado muito o fato deles terem viajado até meu dormitório fora da minha mochila (protegidos apenas pelo saco plástico) e terem quase que congelados no caminho. Paciência.

Eu não tirei fotos (lembrei mas depois eu esqueci!) do barração que se forma na frente destas barraquinhas, com mesas improvisadas. Tem barraquinhas dos dois lados, formando um hall. É neste hall que fica este barracão. Ah, não é tão barracão assim, vai.. mesmo por que estamos na praça central, mas a palavra barracão dá uma idéia de povão e é bem este o clima que se tem. São só mesas, na altura do peitoral, improvisadas no meio da praça para você apoiar sua bebida enquanto come, nada demais.

O Peter acabou me convidando para comer lá com os amigos dele. Mais conversa.

Final da história, ele trabalha com Telecomunicações e o projeto em que ele está inserido é desenvolvido no Vale do Silício e volta e meia ele tem que ir para os EUA. Além do mais, comentei com ele o fato de algumas pessoas por aqui não falarem inglês e somente alemão, ou vice-versa, e ele, como todos os outros, reforçou: os mais novos (os jovens) é que estão inseridos na cultura “global” – resumindo, internet, Mc Donalds, língua inglesa e Britney Spears. Os mais antigos sabem alemão, principalmente, pela proximidade comercial e política passada com a Áustria e Alemanha. Os mais espertos sabem os dois idiomas. Ele comentou também como estão divididas as etnias pela Eslováquia: mais húngaros ao sul (onde estou), poloneses ao norte e “gipsies” ao Leste. Foi engraçado este resumo. Vou procurar saber mais...

Quando falei no começo sobre a Eslováquia ser bem Brasilzão, era disso que eu comentava e até o próprio Peter ratificou: apesar de estar na Europa, a Eslováquia não mantém aquele ar “sou chique, não me rele e não me toque”. Como ele mesmo disse, nem todos, mas a maioria, sente-se a vontade em você se aproximar, perguntar algo e continuar conversando ou chamar para entrar em uma roda entre amigos. Eu percebi isto também quando fui ao pub na sexta-feira. Amém!

Pequeno comentário: para continuar esta seção “Eslováquia é um pouco do Brasil na Europa” – hahaha – eu vou postar em breve uma lista de quanto custam as coisas aqui – aí sim vocês vão se sentir em casa.

Comprei uma passagem de ônibus de 30min para voltar e no meio do caminho deu surto para tirar foto da neve. Parei no meio do caminho! Os 10 minutos mais congelantes da minha vida, so far!


MAS CLARO QUE FOI EU QUEM ESCREVEU, NÉ! E de quem que era o carro? Eu sei lá... hahhaha.. Pentelho, pouco! J

Uma pena que estava de noite (e frrrrrio), não dá para ter uma noção maior de como estava.

Daí deste ponto eu fui direto para casa, viajei com o ticket expirado por 2min, num total de 32min. Culpa da neve. Sorte que não teve fiscalização !

2 comentários:

Anônimo disse...

Dioiiiiiiiiiiiiiiiii... estamos eu e a Senhorita aqui em casa, veio pra ceia de natal, e adivinha que estamos fazendo... nada, que nada estamos lendo o seu super blog, que aliás esta muito bom. Ei desde quando vc sabe sobre México e Peru? sempre assim eles pensam que só porque somos do Brasil sabemos tudo da America Latina.
Ahhhhhhhhhhh típico né Dioi, tinha que ser brasileiro mesmo pra andar com o ticket expirado... hhahah. Querido feliz natal meu e da Senhorita, abraços

Unknown disse...

E ai Dio, tudo bem?
Opa explica essa história de "quase perder os dedos ai, mesmo usando luva...rsrsrs"
E a temperatura externa ai, tá por volta de quanto?

Boas festa e abraço.