quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Carnaval

Eu gostaria de deixar aqui registrado a ignorância do mundo. Como sempre.
Quando a gente fala que os EUA não sabem o que é o Brasil, não são só eles. Aqui na Europa tem gente que ainda acha que falamos espanhol, que samba, tango e merengue é a mesma coisa e falar de Brasil é a mesma coisa que falar de Peru, Chile, Colombia e Argentina. Sem contar que um garoto me perguntou como eram os Andes esses dias atrás. "Aquelas montanhas alí no seu país" , disse ele. Dê-me paciência. E era italiano ainda, a praga.
Ou senão quando falam que o país deles faz o "melhor café do mundo", enquanto as sementes mesmo vêm do Brasil. Cara de pau falou que o Brasil foi descoberto e "que não tinha nada lá antes"! Eu fico preocupado, sério: o que será que ensinam para esses coitados enquanto na escola de 10 horas diária deles?
Ainda bem que não me perguntaram sobre onças, jacarés, cipós.. mas isso os paulistanos já fazem sobre o interior do país, no wonder....

Aqui não tem Carnaval, ou melhor dizendo, aqui não tem "feriado em que o país todo pára por 5 dias".
Samba, para a maioria, é algo que se dança com pares. Acreditem, custou eu explicar que nós não sambamos aos pares.
Se você não entendeu o que "aos pares" que dizer, significa que pensam que samba é algo como tango, em que você tem um parceiro/parceira. Pode até ser no samba da dança de salão, uma coisa mais clássica, mas aí eu te pergunto: você já viu, no Carnaval, lá no meio da rua, alguém sambando e fazendo "dois pra lá, dois pra cá"?

Para os preocupados, eu não sinto falta do Carnaval não, podem ficar tranquilos. Eu sinto falta é do feriadão, mesmo caindo, por 22 anos, no meu período de férias (ora da escola, ora da faculdade). Com certeza vou sentir falta dele quando eu estiver trabalhando.
Sinto falta também de não poder ir no "Grito Rock!", em Cuiabá. Samyra, aproveite por mim.

Au revoir! (saiu em francês, por que deu vontade...)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Sobre supermercados...

Tem pelo menos duas coisas que eu não me acostumei quando o assunto é supermercado:

1. Comprar saco plástico
2. Embalar minha própria compra

A maioria dos supermercados não fornece a você sacolas plásticas. É muito comum as pessoas saírem do supermercado com as compras na mão. Se você for comprar pouca coisa, um iogurte e um refri, por exemplo, é muito provável que você saia com isso na mão. Como diziam meus pais, "que coisa feia, parecendo moleque de rua" haha.
Eu faço compras no BILLA e no TESCO. O TESCO é o unico supermercado que dá sacolinhas meia-boca, de plástico, tipo essas no Brasil.
Já no BILLA você tem que levar sua sacola, carregar suas coisas na mão ou comprar a sacola deles. Uma sacola custa aprox. R$0.40. A única vantagem de comprar sacolas no BILLA é que você PODE confiar nelas. Na minha última compra eu carreguei 2 sucos de 1L cada, 1L de leite de caixinha, iogurtes, carne (500g), tomate, cebola, mexerica, geléia, pão, pasta dental, sabonete, e mais coisas. Tudo em uma sacola. E ainda saí do supermercado balançando a sacola! hahaha Tente fazer isso aí no Brasil, depois me conte.
Engraçado é que quando você está na fila do caixa só dá as pessoas tirando sacolas de dentro da bolsa, mochila, bolso da calça, é hilário! Agora eu é que tenho que me acostumar a carregar a bendita sacola. Já está na mochila, tomara que eu saia com a mochila da próxima vez, por que senão já era: mais R$ 0.40.
Do ponto de vista ambiental, eles estão mais que certos. Melhor deixar o consumidor se virar e cuidar da sua sacola do que esbanjar sacola para depois jogarmos no lixo. Consciência ambiental :D

Com ou sem sacola, você que é responsável por "empacotar" suas coisas. E o caixa fica bravo se você bobear! Eu sempre bobeio... fico olhando para não sei onde esperando alguém empacotar. No final a gente solta um "sorry" e tudo fica certo.

Aqui os caixas de supermercados também são mulheres, até hoje não vi nenhum homen trabalhando como caixa, nem no TESCO e nem no BILLA. Alguém pode me dizer o porquê disso? Só pode ter alguma explicação mercadológica (marketing!).

Os carrinhos são maravilhosos. Muito bem engraxados, funcionam no esquema da moedinha (no BILLA) igual nos aeroportos.
Diferente dos brasileiros, os carrinhos de supermercados daqui andam em todas as direções: todas as rodinhas (eu disse todas as 4!) fazem movimentos em 360 graus. Controlar esse negócio é bizarro, acreditem!

O presunto, salame, mortadela e adjuntos, aqui, é vendido na mesma seção onde se compra carne, e não junto com os queijos, como no Brasil. Faz mais sentido. :)

Detalhe para o separador de produtos na esteira do caixa. É um objeto em formato de prisma triangular longo, deve ter uns 50cm. O formato tanto faz, poderia ser um paralelepípedo, um laço rosa, uma bola de futebol. O interessante é que este objeto separa a compra de quem está pagando da compra de quem vem atrás. Em alguns supermercados existem dois, para separar compra de até três pessoas. O motivo é óbvio: não misturar a carne do velho carnívoro com a compra da jovem vegetariana. Podíamos ter isso no Brasil, pelo menos não ia ficar enchendo o saco toda vez que o caixa passar as coisas da compra dos outros na nossa compra, ia evitar o ritual: ter que chamar o/a gerente (que sempre está ocupada) para desbloquear o sistema (não sei PARA QUÊ!) e excluir o produto, levando sempre mais de 10 minutos, sópara isso.

Ahoj!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Seminário, água e mais..

Estou vivo e o dente não dói mais, deve ter dormido.

Sexta-feira eu dei a entrada no meu visto. Nenhum documento faltante, nenhuma dor de cabeça: a sorte foi lançada. O prazo para processar o visto é de 90 dias, porém costuma sair antes (15 a 30 dias). Vamos ver.

Neste final de semana ocorreu o OPS 2008 - Outgoing Preparation Seminar. Significa que 20 pessoas foram para um local afastado da cidade para se preparar para eu intercâmbio. Estas pessoas são estudantes, como eu, que pretendem sair da Eslováquia nos próximos 4 meses.
O conteúdo do Seminário foi orientar os estudantes e prepará-los para o intercâmbio, em assuntos como estar ciente sobre choque cultural, comportamento e relacionamento cultural, diversidade cultural, cultura, expectativas, planejamento pessoal, enfim, tudo que eu fiz no ano de 2007 como VPX.
O time de facilitadores foi composto por mim, Zuzka (fez um intercambio de 6 meses em Uganda) e Dodo (fez um intercambio de 1 ano no Sri Lanka). Foi simplesmente demais! :)
Chegamos cansados no domingo a noite, mas mesmo assim tivemos um pouquinho de energia para ir ao Slovak Pub e comer algo.

Relacionado a choques culturais, vou escrever 3 coisas engraçadas/interessantes que esqueci de comentar...

  1. Ontem, ao fazer o brinde, chamaram minha atenção por que eu não olhei nos olhos de quem estava brindando. Sorte que eram AIESECos e o comentário foi sempre com aquele ar de esclarecimento/ensinar e sendo assim eles sempre entendem que você é de outro país, etc. A explicação é que quando você brinda você realmente está fazendo aquilo com significado. Eu não lembro de ser falta de educação fazer isso no Brasil, haha não sei se fazemos isso, nunca percebi.. acho que não :)
  2. Trem. Para nós é mais bonde do que trem.. mas os trens fazem parte do transporte público da cidade, são interligados com o ônibus. Na minha primeira semana aqui eu fui pegar um trem. Era à tarde, provavelmente 29 de Dezembro, fazia uns -2 graus Celsius e eu estava indo para o Ano Novo em Kosice.
    Parei no ponto do trem, olhei a tabela de horários, faltavam 3 minutos. Passados 3 minutos, o trem chegou e parou. Diógenes, carregando uma mochila nas costas, pega sua maleta com algumas roupas para 4 dias, levanta com o braço direito e se aproxima da porta. Nada acontece. Espera mais alguns segundos e nada acontece. O trem parte. Diógenes fica com cara de tacho e se pergunta: "Que DIABOS está acontecendo?". PAra o próximo trem, 20 congelantes minutos. O próximo trem chega. Uma senhora se aproxima da porta e aperta o botão. A porta se abre. AH!!!!! TEM QUE APERTAR O BOTÃO! hahaha micooooo :) Eu tinha visto o botão, de fato, mas pensei que fosse algo como "Chamar o motorista para embarcar deficientes", mas depois, pensando bem, o botão era muito alto! hahaha E viva os choques :)
  3. Água. Esta é um mistério. Primeira coisa que comprei e tive choque cultural: água. Era uma garrafa semi-transparente, azulada. No rótulo, várias coisas escritas, mas em eslovaco e tcheco. Como comprei? Apontando. Comprei a água, abri e o barulho veio: "Tsssssssss!". Fiquei MUITO put% na hora! Pensei: "Eu odeio água com gás! Apontei justo a água com gás!?". No meu segundo dia, vou ao supermercado comprar comida, mantimentos e água. Na seção existiam 1999 tipos de água. Muitas marcas, cores, tamanhos. Como estava acompanhado pela Sonya, pedi a ela a água mais tradicional (e barata). Ela me deu. Eram 2L. Chegando em casa: "Tsssssssssssssss!". Eu pensei: "Ahhhh não! De novo não!! Agora 2L!!". Fiquei 2 litros mais put%! Ah não, não era possível... fui tirar satisfação com o mundo, lógico. Alguns dias depois, em uma conversa de pub eu perguntei: "Hey.. vocês só tomam água com gás aqui? ". Todo mundo me olhou com cara de "Lógico!". Depois me contaram que água sem gás não se compra, apesar de existir no supermercado 1 marca entre as 1999. Toma-se água da torneira, pois é potável :) O Marcelo comentou no blog dele que na alemanha também é assim, confira.

Ahoj!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Respondendo comentários

Paulo, de Portugal, comentou:
"Oi. Tenho lido o seu blogue ultimamente e não percebi essa teoria do falar português/brasileiro. Penso que é sempre uma boa chance para minimizar as alterações relativamente às nossas origens.
Continuação de boa sorte"
Primeiramente, muito obrigado por comentar e ler o blog!
Agora eu me senti na obrigação de comentar o seu comentário, e de fato explicar melhor qual é a teoria.
Na situação em que estava eu não me sentia confortável em estar "amigo" de pessoas só por que 1 coisa é comum. Eu conversei por algum tempo com elas, nada contra, de fato. Mas não engajou, só isso. Daí eu simplesmente acho que eu sou livre pra sair e fazer outra coisa.
É como se você fosse amante de um time de futebol, daí você vê outra pessoa num bar, por exemplo, com a camiseta do seu time. Você, obviamente, vai começar uma conversa, natural, mas daí a coisa não flui. Fazer o que? Caia fora.
Eu até sou muito curioso para conhecer a cultura portuguesa - por questões de história, cultura, etc.. e eu não tenho recentimentos :)

O post de 1 mês

Dia 21 fez exatamente um mês que cheguei em Bratislava.

Meu ponto de vista geral é que a Eslováquia é um país em crescimento. Ainda em desenvolvimento. Também pudera, com a história que tem.

As pessoas, eu não sei ainda definir o comportamento. Não sei principalmente por que estou muito no mundinho AIESEC, que quem conhece sabe, é quase igual em todo lugar. Aqui não tem aperto de mão nem beijo no rosto com recém conhecidos ; estalar os ossos (dedos, pescoço, coluna vertebral haha) é um absurdo, pelo menos para as mulheres; tomar banho com uma mão só – enquanto a outra segura o chuveirinho – é ainda novidade para mim.

Ontem eu tive outro choque cultural. Um amigo de um amigo de alguém da AIESEC me convidou para uma pizza. Estávamos no centro da cidade e eu já não estava com saco para cozinhar algo em casa, então aceitei o convite. Pedimos a pizza – abra um parenteses aqui: quando você vai comer pizza aqui, ela tem o tamanho de uma pizza congelada, de supermercado, no Brasil, e aqui é para uma pessoa só – e tomei um refrigerante. Conversa vai, conversa vem, eu resolvi pedir um capuccino. Na hora de pagar a conta, eu ia tirando o dinheiro e ele: “O que você está fazendo? Eu te convidei!”. E foi com um tom de ofensa! Eu hein..fiquei preocupado e perguntei como que funcionava isso, por que se eu soubesse que era por conta dele eu não teria pedido o capuccino! Vivendo e aprendendo...

Quanto ao clima, estou bem adaptado, acho. Digo acho por que eu acho que ninguém fica mais de 30min andando na rua e sem congelar.

Minha permissão de trabalho ficou pronta hoje. Sexta-feira dou entrada no visto. Amém.

Como perceberam, os posts ficaram menores. Isso por que além de ter que cuidar da “papelada”, eu vou ser facilitador de conferência (duas) até dia 06/02, então tenho que me reunir com os outros facilitadores, discutir conteúdo, metas, etc. Só aquecimento para quando chegar o trabalho.

Ahoj!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Portugas, internet e randoms

A dor do juízo ainda está aqui, submersa pelos “pain killers”. Pelo menos eu consigo comer.

Ontem foi a festa de despedida da Dina, de Portugal. Engraçado ou não, encontrei ela pela primeira vez ontem e ela ficou super triste! Ela adora o Brasil e ficou muito mais contente em poder falar português. Uma pena, eu gostei dela! Não distante da nossa mesa, ela me apresentou para uma mesa onde estavam alguns amgios dela: um português e dois eslovacos que falam português. Depois fomos para uma “boate” e lá fui apresentado a mais uns 8 portugas. Tem uma máfia de portugal aqui!! Conversei um pouco com eles e dei o fora.

“Dei o fora” é só força de expressão. A verdade é que eu não sou fã dessa coisa de “Ah, você fala português? Vamos ser amigos!” ou “Ah! Você é brasileiro? Vamos ser amigos!”. Esta teoria é furada e eu não vou perder meu tempo escrevendo o porquê.

Novidade neste final de semana, também, é que estou com internet em casa, temporariamente. Tenho pretensão de alugar um cartão pmcia para meu notebook e ter acesso à internet de onde quer que seja, porém isto custa cerca de 60R$/mês e 2Gb/mês. É brincadeira com a minha cara, lógico, pois todos sabem que eu não sou nem um pouco viciado em internet e com certeza eu torro esses 2Gb em 3.88 horas. A precisão no tempo é devida a taxa de transferência máxima desta internet (cerca de 150kb/s).

Agora estou num dilema: virar uma pessoa normal, interneticamente falando, ou pagar excesso de banda todo mês! Hahaha! Complexo!

Outro dilema é se eu vou continuar morando no cafofo aqui com os estudandes-sem-noção ou me mudar para um flat. O que eu ganho? Morando no cafofo eu economizo dinheiro suficiente para fazer umas viagens decentes pela Europa ou voltar para o Brasil e fazer outro intercâmbio (neste momento minha mãe fica de cabelo em pé e grita, lá no Brasil) no final do ano. Morando em um flat eu tenho mais conforto e privacidade. A primeira opção está ganhando, por enquanto. Vamos ver. O que você faria?

Oh, dúvida cruel... é tudo tão complicado!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Juízo é o escambau!


Desde quarta-feira eu comecei a sentir uma dor infernal, na boca. Era no fundo, do lado direito, na parte inferior. Eu achei que tivesse sido uma mordida infeliz na parede bucal, aquelas que acontecem de vez enquanto e que doem para @!#$#$. Daí eu achei que esta mordida tinha criado um machucado que veio a se transformar em uma enorme afta.

A dor aumentou de quarta para quinta-feira, no sábado estava doendo tanto que minha cabeça também doía, até a garganta. Domingo eu resolvi olhar direito no espelho o que era, mas não deu muito certo. Então resolvi tirar umas fotos da boca haha por que daí eu poderia dar zoom: deu certo! Era um machucado feio, mas não era numa região que eu poderia ter mordido. Então pensei: é o siso! Maldito siso!

Segunda-feira eu liguei para a empresa de seguro saúde e em 24h eu tinha uma consulta agendada com um dentista “X”, num lugar “Y” - que eu acabei descobrindo sozinho, fazendo mímica com a velhinha na rua que não sabia inglês, alemão, espanhol ou português (a culpa é dela, claro! Haha). A consulta foi ontem, terça-feira.

O lazarento do dentista foi no mínimo cínico: “Oh! Congratulations, this is your wisdom tooth! (Parabéns, é o seu dente do juízo!). Parabéns é o escambau!!!!

Ter juízo dói!

Conclusão: antibiótico e analgésico. E tempo.

Vamos ver. Eu to é preocupado com minha arcada dentária que foi totalmente remodelada por 6 anos de aparelho fixo. Mas isso eu penso depois, quando chegar no Brasil.

Čau!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Welcome Party

Esta foi uma festa de boas vindas a mim, Andy (Reino Unido), Elise (EUA) e o polonês que eu não sei escrever o nome. Eu e o polonês somos do mesmo CL (AIESEC na Universidade Comenius/Bratislava), a Elise é da AIESEC em Bratislava e o Andy da AIESEC em Nitra (uma cidade a 1h de Bratislava).

Fomos para um pub. Tinha muita gente, de todas as AIESEC citadas acima, quase todos os trainees que estão na cidade também, e não consigo lembrar o nome de metade das pessoas que estavam lá. Depois os gringos foram para uma discoteca, que foi a parte mais engraçada.

Como “Uma imagem vale mais do que mil palavras”, 6 imagens devem valer mais do que 6 mil palavras. Então ao invés de delongar por aqui eu vou publicar as fotos.

Ah! Um dia me perguntaram o quão internacional a AIESEC é. Dê uma olhada aí!

Čau!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Coisas, muitas coisas, coisas..

Čau! (Lê-se tchau)

Significa “Olá!” mas também significa “Tchau!”. Problema disso é que quando você está no escritório trabalhando você nunca sabe se uma pessoa está indo ou vindo quando a porta se abre. É claro que eu to esperando alguém ir embora, mas às vezes é alguém chegando. É estranho.

Além das peculiaridades da língua, estou começando a ficar atarefado, com horários e agenda. Eu adoro isso! Eu nunca fui de ficar parado, isso não é novidade, mas ter coisas para fazer, escolher agenda, fazer rotas rápidas, escolher pequenas tarefas que poupam menos tempo – priorizar - em um país diferente, torna-se desafio, principalmente no começo. Daí você vê que uma pequena tarefa, como ir na esquina para tirar uma foto 3x4, pode se tornar uma aventura, demorar 4h pois você pegou o ônibus errado, ou simplesmente “tirar uma foto 3x4 na esquina”. Você nunca sabe.

Ontem recebi o convite oficial do seminário que acontecerá dias 26 e 27 de Janeiro. Será um seminário para preparar pessoas que vão sair da Eslováquia para o mundo e eu ajudarei na elaboração do conteúdo da agenda com coisa simples, como uma seção chamada “Getting to know each other” (Conhecendo cada um), que será feita no começo para apresentação de cada um para que haja um “entrosamento” e de outra seção, AIESEC Involvement (Envolvimento com AIESEC), que tratará sobre a integração com a AIESEC do outro país e estas pessoas que estão indo para intercâmbio. Exatamente isto que estou fazendo enquanto espero a minha legalização de trabalho ficar pronta.

Ontem, também, visitei o flat do Orestes, um grego que está indo embora. Ele mora com o Albert (espanhol) e com a Christine (alemã). O lugar é afastado porém bem localizado (leia-se “bairro tranquilo”), o apartamento é todo mobiliado, com todos os utensílios domésticos, aparelhos eletrônicos (TV, DVD, som, etc..) e o necessário (eu diria mais que o necessário pois até aspirador de pó tem, 2 inclusive). Ainda tenho que ver mais opções, apesar deste apartamento estar acima das minhas expectativas.

Antes de ir visitar o flat encontrei-me com a Jennye (alemã, trainee na KPMG) na frente do Teatro Nacional às 18h para comprarmos ingressos para um concerto da orquestra filarmônica de Bratislava Será Tchaikovsky. O preço? Em torno de R$7. Acho que comecei a arrumar coisas para fazer hehe

Nos dias de semana eu continuo com minha transição de VPX lá no Brasil, com o Guilherme, novo VPX, a partir das 11h (8h no Brasil/Brasília).

Expectativas para o final de semana? Sábado, às 19h, terá a festa de recepção oficial minha, de um rapaz da Polônia que chegou nesta terça-feira de uma norte-americana que chegará na sexta-feira à noite. Pelo que me disseram, nada demais: vamos a um pub, as pessoas vão nos cumprimentar e pronto haha. Aguardem fotos!! J Antes da festa, às 16h, eu sento com a VPX daqui no Slovak Pub para traçarmos meu plano de trabalho no CL.

E que venha a rotina!!! :)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

EMM


Ontem e hoje foram dias interessantes. Primeiro por que saiu sol - a temperatura aumentou um pouco, deve estar uns 3 graus, e a aquele céu cinzento se foi. Não sei até quando durará. Segundo por que comecei a ir à AIESEC. Mesmo sem função definida, chego no CL às 11h e saio às 16h, eventualmente saio mais tarde ou mais cedo, dependendo se eu tenho que fazer algo mais na cidade ou se o pessoal vai ficar mais tempo no escritório (porque eu não tenho chave).

Como disse em posts anteriores, o tempo passa e aos poucos o blog vai ficando de lado.
Eu não queria, na verdade, mas acontece: vão aparecendo coisas para fazer e de repente ficar só escrevendo em blog aparenta "perda de tempo". Vou tentar (eu juro!!!) fazer com que isso não aconteça, mas não garanto.

Segunda-feira

Ontem eu vim para o CL, fiquei a tarde inteira aqui. Legal que os trainees (trainees é como são chamados os intercambistas da AIESEC, não confunda com o "programa de trainee" do Brasil) aqui são bem organizados, se correspondem através de um grupo de email e sempre fazer alguma coisa - e convidam todo mundo. Chegou no email que teria uma espécie de "Movie Night" na casa de dois trainees da Dinamarca e eu acabei indo lá. Eu achei o prédio rápido mas se não fosse por uma coisa estranha que tinha no interfone eu não teria perdido 30min no frio. No email não tinha o número do apartamento e quando cheguei no prédio, vi que no interfone só tinha nomes. Não tinha números! E o melhor, eu não sabia o nome deles (não lembrava). Depois de algumas ligações eu descobri o nome deles, mas infelizmente não constava no interfone. Daí consegui o celular deles: foram me buscar na entrada do prédio. Realmente não tinha o nome deles no interfone mais, alguém arrancou. Perguntei depois se é normal ter nomes no interfone ao invés de número e disseram que isso acontece às vezes, depende da área que você está. Eu hein!
Infelizmente eu já tinha visto o filme (Crash). Acabado o filme, fomos (Paulina - polonesa que mora no mesmo dormitório que eu) embora de táxi pois já tinha passado das 23h.


Terça-feira

Esta semana estou a mercê da legalização: assinando documentos e amanhã devo ir ao Ministério/Secretaria do Trabalho (algo do tipo).
Eu preciso fornecer documentos e a empresa também, para que seja dada entrada na "Permissão de trabalho", que será usada para dar entrada no visto, e, sendo assim eu acompanhei a Ivana (VPX daqui) até a empresa para pegar uns documentos.
Só fui para dar as caras lá, conversei muito pouco com o Gerente Geral da empresa (quem assinou os papéis) e nada muito delongado - mesmo por que não é a hora ainda.

O prédio é muuuuuito bonito, bem moderno e estruturado. São 4 andares: em dois andares opera a EMM, que trabalha com segurança em TI (Tecnologia da Informação): é nesta empresa que vou trabalhar. Em outro andar é a EMM Internacional, que trabalha com segurança física (alarmes, sensores, etc..) e no outro andar opera uma empresa qualquer, que alugou o espaço.
Fica longe pra burro.

Fotos abaixo:





Fica assim então.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Primeiro choque cultural, eleição para MCP e dança da manivela

Sexta-feira (04/01)

Sexta-feira (04) era, a princípio, um dia sem muitas perspectivas. Eu não tinha nada programado e sabia que da AIESEC também não ia surgir alguma coisa pois (quase) todo mundo ainda estava fora por causa do feriado.

Inesperadamente, recebi uma SMS do Vaco e a mensagem dizia que era para eu, se quisesse, ir para a estação de trem, seria o ponto de encontro, e me juntar aos austríacos que chegariam às 12:37, viriam para andar à toa por um dia. A Dadá estaria lá também.

Foi um dia legal, os turistas eram eles e eu me juntei por que não tinha nada de mais interessante para fazer mesmo J

Como era hora do almoço, fomos ao “Slovak Pub” para comer algo. Este é um dos pubs mais famosos da cidade, com comida e bebidas típicas e mais. A decoração do lugar é muito legal. A comida também. Eu comi algo que eu nem ouso tentar escrever (lembrar, de fato) o nome. Eu não sei o nome gastronômico para isso, mas era farinha de trigo empelotada haha com um molho de queijo (forte) e bacon. Apesar de bom, não me satisfez.

O pessoal pediu uma sopa de entrada. Eu dormi no ponto, tenho que me acostumar com isso ainda: sopa é uma coisa muito comum de se comer antes do prato “principal”.

Disse a Dadá que esta sopa é bem eslovaca. É servida em uma cumbuca de pão, você vai raspando a cumbuca e comendo a sopa com o pão. Sem contar que dá para comer a tampa também. Veja aí na foto:


No sentido anti-horário, começando do rapaz de camisa listrada: David (Viena), Marco (Viena), Dadá (Bratislava), Aggie (Montana/EUA), Ava (Viena). Esta foto a seguir é de um boneco com vestimenta medieval, foi tirada na recepção do pub.

Depois do Slovak Pub fomos andar um pouco. O problema de quando se está -2⁰C é que você até sai de casa com vontade de andar e conhecer a cidade, etc.. , mas depois de 1h (no máximo!) você vai acabar entrando em algum lugar para comer ou beber alguma coisa. Na verdade você está é só procurando um lugar quentinho para ficar, mas como eu não sou tão cara de pau assim, acabo consumindo alguma coisa.

Fomos nos pontos típicos do centro, que são as fotos que eu já postei aqui. Nada de novo..

Paramos num café para esperar um pessoal de Košice que veio para a eleição do sábado. Eles chegaram, estavam com fome, então fomos a um lugar mais espaçoso e que tivesse comida “de verdade”.

Andamos, andamos, decidimos ir a uma pizzaria.

Foi aí que eu percebi meu primeiro choque cultural. No Brasil o garçom sempre vai até sua mesa quando você chega, é normal. Daí, geralmente, nós pedimos algo para beber e ficamos namorando o cardápio por alguns minutos e nem sempre todos pedem ao mesmo tempo. Eu mesmo fico “enrolando” para escolher o que vou comer, nem que seja para no final eu pedir “o mesmo de sempre”. Às vezes, metade das pessoas já começaram a comer e aí que eu vou pedir o meu. Ninguém olha torto haha.

Aqui é diferente: normalmente todos sentam, abrem os cardápios, escolhem o que vão comer e pedem todos juntos. Eu cheguei, dei a enrolada de sempre, abri o cardápio, fiquei lá folheando ele. De repente eu olho para a mesa e está todo mundo me olhando com cara de “só falta você!” hahaha. Eu falei: “Eu preciso pedir agora??”, e um deles me disse “Você não precisa, não é obrigado, pode continuar lendo e escolhendo, mas geralmente pedimos ao mesmo tempo.” E ele é da Áustria, nem da Eslováquia é. Deve ser uma coisa normal por essas bandas. O garçom fez uma cara de que não gostou muito não. Hahaha!

Ficamos algum tempo na pizzaria, comemos, conversamos. Já era 20h, fomos a um pub alí perto.

O pub se chama “Rock pub” (até que enfim!!!!!!!). A decoração é muito legal, eu diria “típica”: várias guitarras na parede e posters de bandas (AC/DC, Rammstein, Sepultura – aeee, banda brasileira!! e muitas outras). Eu não tirei muitas fotos, o pub estava bem cheio (de fumaça de cigarro também).

Não ficamos muito tempo neste pub, infelizmente. Tinha outro grupo de pessoas da AIESEC (Suiça e Eslováquia) em outro pub, ao lado, e o pessoal decidiu ir para lá. Já eram quase 22h e eu tinha que ir embora senão ia ter pegar os ônibus noturnos (passam de 1 em 1h). Ah! A música do lugar é legal, porém metade (ou mais!) do tempo que eu fiquei lá tocou a mesma música. O infeliz que controlava o som provavelmente deixou no repeat e não percebeu. Eu também não reclamei, estava conversando e de vez enquando eu percebia que ainda estava na mesma música. Paciência.


Sábado (05/01)

Acordei 11h e esperei direções da Dadá de como chegar ao lugar das eleições para MCP Eslováquia.

O lugar parecia um lugar alugado para reuniões, convenção de eventos, algo do tipo.

MCP (Member Committee President) é a sigla para o cargo de presidente da AIESEC em nível nacional, no caso, Eslováquia.

A eleição, de certa forma, seguiu os mesmos padrões de eleições da AIESEC: discurso de apresentação do candidato, rodada de perguntas, discurso de encerramento e votação.

Estavam presentes os votantes - os comitês locais (CL – comitê local ou LC – local committee) representados pelos seus presidentes (LCPs – local committee presidents), alguns membros de diretoria de alguns CLs, externos e trainee.

Só tinha um candidato, Lukas. Para ser eleito ele deveria ter 50% dos votos válidos a seu favor + 1. Dos 8 votantes, teve-se 6 votos válidos (2 votos contra e 4 a favor). Ele foi eleito J e como tradição, levou o banho d’água. Coitado, devia estar uns -4⁰C!

Para comemorar, pub! Todos, ou quase todos, foram a um pub alí perto, bem grande, por sinal.

Este evento foi interessante pois tive oportunidade de conhecer o pessoal do MC (MCP, VPX, VPTM, VPF, etc..) e LCPs das outras AIESECs.

Uma das conversas mais impressionantes foi com a Katka. Ela foi VPER em 2006 da AIESEC CU e agora trabalha no time nacional. Conversa vai, conversa vem, não tem jeito, a gente sempre acaba falando do carnaval. Acho que esta foi a pessoa que mais sabia sobre Brasil. Falou de “Axé da Bahia”, “Dança da manivela” e “dança do vampiro”! HAHAHAHA! Eu ri demais!!!!! Recebi, dela, até um convite para ser FACI (facilitador) de uma conferência local (foco em treinamento) para pessoas que estão indo fazer intercâmbio. Aee! J

Mais novidades em breve..

Respondendo comentários

1 - Aos revoltados por que eu dormi no Global Village do Ano Novo, desculpas, mas não esquentem, toda conferência da AIESEC tem Global Village e até Agosto eu devo pegar uma conferência! :)
2 - Eu nem sabia da agenda da festa e fui descobrir só quando cheguei, então nem levei ingredientes brasucas. Nesta semana ou na próxima deve haver um evento chamado "Welcome Party" e lá eu vou apresentar sobre o Brasil e fazer caipirinha, pode deixar :))
3 - O Brasil é sempre bem visto. Todos sorriem quando você fala que é brasileiro, talvez por que não é uma coisa normal por aqui né? hahaha Eu não sei em outros lugares onde brasileiro é praga (como Londres, Dublin, etc...)
4 - Meu trampo não começou ainda, esta semana eu dou entrada na permissão de trabalho e do visto :)

Até!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Ano Novo em Košice

O Ano Novo foi interessante: muita neve, muita gente nova – de diversos países - e novas experiências. Fomos eu, Dadá (Team Leader da AIESEC em Bratislava) e Vaco (LCP da AIESEC CU) a uma cidade a 600km de Bratislava, ao leste da Eslováquia, chamada Košice. Foi um evento organizado pela AIESEC em Košice, chamado NYE 2008 – New Year’s Eve 2008. Como todo evento da AIESEC, qualquer AIESECo de qualquer país pode se candidatar ao comitê organizador e neste evento tinha pessoas da Eslováquia (Košice e Bratislava, principalmente) e Croácia.

Adendo: Košice é a segunda maior cidade da Eslováquia, com 250mil habitantes.

A viagem

Fomos de trem. Saímos de Bratislava no sábado às 11:45h e chegamos em Košice às 18h. O alojamento parecia como um internato e era bem tranquilo: tinha 4 andares, salão de festas e refeitório.

Viajar de trem é muito bom! Okay, é historicamente sabido por que o Brasil não tem um sistema ferroviário decente mas mesmo assim eu ainda quero dizer a frase: “EU NÃO SEI POR QUE NO BRASIL NÃO TEM TREM!!!”.

Pontos positivos da viagem de trem

· Não tem aquela coisa de fazer curvas bruscas e de se chacoalhar, causando enjôo;

· Dá para se ler!

· O medo de acontecer um acidente idiota (como dois carros baterem de frente) é quase inexistente (hehe). Os ambientes (restaurante, banheiro, cabine) são confortáveis e bem legais.

· Tem tomadas nas cabines e você pode plugar seu celular, laptop, etc...

Pontos negativos (mais pessoais)

· Poltronas: eu sempre fui de dormir muito em viagens e pelo menos na segunda classe as poltronas são um pouco incômodas para se dormir;

· O espaço é pequeno, mal dá para esticar os pés, principalmente se a cabine estiver lotada;





Na foto: eu, Vaco e Dadá. Fotos da paisagem na viagem e no restaurante do trem. Detalhe para a pose com a cerveja haha (quem estava bebendo era o Vaco).

Festas, city tour e atividades

Resumindo, os 3 dias pareciam como uma conferência da AIESEC, exceto que não tínhamos seções (palestras) nem treinamentos J

A “agenda” dos três dias era, durante o dia, fazer o que quiser (ir para piscina, andar no centro, dormir, se enbebedar, esquiar, fazer snowboard, papear, etc...) e durante a noite, festas. Eram três festas: Traffic Light Party (Festa do Semáforo), Global Village e Jantar Oficial de Ano Novo.

Durante o dia cada um (ou cada grupo de pessoas) fazia o que bem entendia. Existiam cartazes na recepção com o nome da atividade: você ia lá e colocava seu nome, via o horário e o ponto de encontro. Mas não era obrigatório, era só uma forma de fazer as pessoas se organizarem.

A programação do sábado era ir ao pub mais frequentado da cidade, no centro, e depois ir para a festa do semáforo, no próprio alojamento. Eu não sei como foi a ida ao pub por que eu cheguei de viagem, tomei banho, jantei e fui dormir para poder ir à festa, caso contrário eu não ia aguentar, estava cansado e ainda tentando colocar meu sono em dia.

A propósito, eu não vi Festa do Semáforo alguma! Não tinha ninguém vestido de verde/amarelo/vermelho ou usando alguma coisa para identificar, enfim, foi uma festa normal. Eu aproveitei para conhecer o pessoal.

Conheci quase todo mundo da festa: romenos, poloneses, alemães, eslovacos, um cara da malásia (intercambista da AIESEC Košice), uma norte-americana perdida, croatas, austríacos, um italiano, um grego e por aí vai.

Eu conversei bastante, depois, ao longo dos dias, com algumas pessoas, fiz amizade com um grupo de pessoas da Romênia e Áustria, foi muito legal. As pessoas sempre queriam saber do Brasil: praias, futebol, cachaça, “Ronaldo, Giba” hahaha. Fato cômico neste dia foi um polonês REVOLTADO comigo pois ele descobriu (eu falei para ele) que eu não jogava futebol. Ele estava bem bêbado e tudo que ele conseguia falar era: “HOW COME!!!????” (no contexto, algo como “Mas como você não joga??”). hahaha!

No segundo dia eu fui para uma estação de esqui com um grupo e a Dadá (ela faz snowboard) como guia, pois ela fala eslovaco. Eu não tinha nada, nem minha roupa era própria para esquiar ou fazer snowboard, mas eu não tava “nem aí”. Juntei-me ao bando.

Tive que alugar kit para snowboard: botas e prancha (board). Além de comprar ticket para usar as pistas. Ao todo foram aprox. R$40 (e viva a Eslováquia!).

Eu sabia ZERO sobre como parar em cima da prancha e a Dadá me deu algumas dicas de sobrevivência para iniciantes, como “como freiar” e “nunca, mas NUNCA, coloque sua prancha apontando direto para a descida!”.

Então lá foi eu para cima da prancha aprender a parar e adivinhe o que acontece? A prancha ficou apontada direto para a descida! HAHAHHAA! Primeiro tombo master! Lá se vai os joelhos..

A Dadá me deixou alí na área de iniciantes e saiu para curtir a tarde dela na outra pista. Eu aprendi a parar (outro método eficiente para parar quando em baixa velocidade é você se agaixar e se jogar no chão hahaha).

Fatos pessoais sobre snowboard:

· Dói a bunda;
· Neve machuca;
· Nunca aponte a prancha diretamente para a descida – NUNCA!!
· Dica: agaixe bem, use somente do tronco para baixo (principalmente pés/calcanhar)!!
· O teleférico não gosta de mim;


Duas horas de tombo foram suficientes para eu conseguir descer a ladeira de iniciantes sem cair (muito)! Aee!!!!

À noite ia acontecer a festa cujo tema era “Global Village”, que é uma festa bem conhecida na AIESEC. Cada pessoa/grupo de pessoas leva guloseimas dos seus países e, no final, monta-se uma feirona de comidas típicas.

A festa começou às 22h mas eu a perdi pois cheguei um CACO do snowboard (era umas 20h) - esse negócio cansa! - encostei na cama e apaguei. Acordei era 2h da manhã, troquei de roupa e desci para o salão de festas: só tinha migalha haha. Deu para beliscar uns doces croatas e umas balinhas de caramelo russas (excelente, por sinal). Uma pena.

Na segunda-feira eu acordei cedo, 6h. Na verdade eu quase não dormi pois já tinha dormido e fiquei na recepção, de bobeira. Fui tomar café, era umas 9h, na mesa de um pessoal da Romênia. Eu não conhecia muita coisa sobre o povo romeno, nem sabia que a língua romena tinha origem latina (muitas palavras são parecidas com português e espanhol)! Eles ficaram bem entusiasmados quando falei que era brasileiro (como quase todo mundo fica, incrível J) e me convidaram para andar com eles no centro, à toa, para comprar roupas novas. Disseram que é uma tradição romena dos “tempos modernos” (eu entendo “consumismo” haha) passar o ano novo com roupas novas, ou algo novo.

Eu me diverti bastante com este pessoal.


À tarde estava programado para se fazer o city tour oficial. Não foi bem um city tour por que a menina que seria a guia não pôde ir, daí foi o bando inteiro para o centro tirar fotos haha! Foi quase a mesma coisa que de manhã, embora à tarde eu tive oportunidade de entrar na catedral. Chama-se Catedral de Santa Elizabeth e é o cartão postal oficial de Košice. É impressionante, linda!!



A torre da catedral não tem sino, pois o sino que ficava no alto da torre foi destruído em um incêndio que houve há alguns anos atrás. O sino caiu e diz a história que se quebrou em 1000 pedaços. Uma réplica deste sino encontra-se ao lado da catedral, no chão da praça. Foto abaixo.



Fato interessante: um pouco mais para frente da catedral, tinha um grupo de cantores de rua. Paramos para tomar vinho quente e de repente eu escuto um som familiar: “Garota de Ipanema”. Foi engraçado por que assim que eu percebi que era música brasileira, o pessoal que estava parado e apreciando também reconheceu a música gritou: “Brazil! Brazil!”. Eita fama....

À noite foi o jantar oficial. Eu não tinha levado meu terno (mesmo por que ele ficou no Brasil), mas depois, quando cheguei no salão, vi que eu não era o único e as pessoas, em geral, só estavam “mais arrumadas”. Os romenos me convidaram para se juntar a eles. Povo simpático! J Depois chegaram uns suiços perdidos e se sentaram lá também.


O jantar foi até umas 22:30h e a esta altura o povo já estava disperso e com suas vodkas+sucos andando pelo prédio. Eu fui andar a acabei na mesa de uns austríacos que me convidaram para escapar do alojamento e ir para a praça ver a queima de fogos: e lá vou eu!

Na mesa tinha esta menina de Viena super entusiasmada com português, ela era bem simpática e dizia que o português é a língua dos sonhos dela,uma língua que ela nunca ia conseguir falar, “sensual e perfeita ao mesmo tempo”. Hahaha! Sim, ela era empolgada.

Ah! Teve uma polonesa também que sabia falar algumas palavras em português mas depois da meia-noite (leia-se “já bêbada”), toda vez que ela me encontrava ela falava “Oi, tudo bem?” hahaha. Acho que falou isso umas 20 vezes em 2h.

A intenção era só ir para a praça por alguns minutos, ver a queima de fogos, o movimento (tinha um palco montado na praça) e voltar. Foi o que fizemos.

Chegamos era 23:45h, tinha um show da Tina Tuner cover (a mulher cantava muito bem e agitou o pessoal no frio de -6⁰C!). A queima de fogos foi normal, eu diria, nada de especial.

Voltamos para o alojamento em seguida, era 00:30.

A tradição da festa é começar a dar “Feliz Ano Novo” a partir do primeiro fuso-horário do país que estiver presente na festa. Começou pela Romênia (não sei por que, acho que esqueceram do cara da Malásia) e acabou no Brasil, às 4h. Eu escutei “Feliz Ano” em tantos idiomas que eu nem sei mais quais!

Não só na festa do Ano Novo mas como em todos os outros dois dias o pessoal bebeu demais. Para eles pareceu normal. Eles entram num destilado que eu nunca vi! E a forma prática de se beber vodka é carregar um litro de vodka embaixo de um braço e 2L de suco de caixinha (tipo estes Del Valle) embaixo do outro: você vira a vodka e depois vira o suco. Nada de copos.

A comida foi bem servida, teve carne de porco e carne de vaca ao longo dos 3 dias, sopas, muita batata e legumes. Entre as refeições, sanduíche (pão tipo baguete com um filé de carne suína ou bovina, presunto, alface, manteiga e pepino) e suco de caixinha. Muito bom! :)


Štastný nový rok!!
(Feliz Ano Novo!)