Eu lembro muito bem.
Era meu segundo dia morando na capital mato-grossense.
Era um domingo. Eu acordei no apartamento vazio que esperava a mudança chegar, num colchão, onde hoje é a sala. Minha mãe ouvia rádio. Ela ouviu meu nome.
Com um pouco de espertesa eu consegui pegar dois ônibus para ir até a UFMT ver o resultado do vestibular.
O que interiorano não esperava era o nome dele na lista de aprovados para o curso de Ciência da Computação. A sensação foi de "trabalho cumprido".
Eu também lembro muito bem de outro dia. O sol não brilhava tão forte como de costume e o tempo era meio nublado em Cuiabá, eu estava sentado no sofá da então agora sala, assistindo TV, e com o coração na mão escutando a notícia: "Hoje, último dia de matrícula para os aprovados em primeira chamada na UFMT". E do mesmo jeito que eu ouvi aquela notícia eu permaneci durante o dia todo: não me matricularia para o curso de Ciências da Computação.
Cinco anos se passaram desde então: naquele mesmo ano eu entrei no curso preparatório (famoso cursinho), viajei alguns milhares de quilômetros até o Sudeste brasileiro para fazer provas de vestibular, mudei-me para Itajubá e, hoje, estou quase me formando em Engenharia da Computação, o curso que justificou a minha desistência à vaga na UFMT.
Eu não sabia o que eu estava fazendo, não tinha dimensão da importância da escolha, naquela época. Até hoje não posso mensurá-la, mas não me arrependo.
Pelas pessoas que conheci. Pelas fases que enfrentei. Pelas descobertas. Pelo futuro. Arrisque.
Um comentário:
Muito bem Dioi, eu me lembro de muita coisa que não fiz...Por medo eu acho, ou cabeça dura mesmo...
Desejo sempre o melhor pra vc, beijos.
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