E foi então que na quinta-feira, véspera de outra conferência (menor, para 8 pessoas, mas mesmo assim eu teria que entregar sessões), eu fiquei doente.
Se tem uma coisa que me deixa estressado é ficar doente. Gripe, que seja. O mau-humor vem de uma forma que nem palavras descreveriam. Não chega nem perto do meu mau-humor-matinal-de-15-minutos. Nem perto!
Sem dor de cabeça. Sem dor de garganta. Sem febre. Somente tosse, muita tosse. Tosse seca.
Fui ao médico ontem, 29, e ela diagnosticou como virose. Eu tusso igual um cachorro velho. Minha garganta chega a estar irritada.
Estou de licença médica até sexta-feira, 02. Meu feriado (aqui também é feriado em 1o de Maio) vai ser de molho.
Estar doente para mim é quase uma terapia: Eu não converso, fico com cara de bund@, a auto-reflexão dá os braços para a introspeção e eu me torno outra pessoa. Outra pessoa!
Eu tenho minha cama, minhas drogas e muito lenço de papel. Deixem-me quieto, por favor. É o que peço.
quarta-feira, 30 de abril de 2008
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Cinquenta Porcento
Domingo foi exatamente o marco "cinquenta porcento" do meu intercâmbio.
Isto que significa que foram 124 dias dos 248 dias (aprox. 8 meses) que passarei fora do Brasil.
A sensação?
Posso dizer que a saudade-de-matar que eu era para ter, ainda não tive. E talvez nem tenha.
Nos 50% eu já me sinto parcialmente adaptado a vida e detalhes da vida na Eslováquia. E sentirei falta.
Nos 50% eu prefiro pensar que ainda faltam mais de 80%. Ah, se eu pudesse!
Nos 50% eu me sinto estranho.
Estranho como 50%.
Isto que significa que foram 124 dias dos 248 dias (aprox. 8 meses) que passarei fora do Brasil.
A sensação?
Posso dizer que a saudade-de-matar que eu era para ter, ainda não tive. E talvez nem tenha.
Nos 50% eu já me sinto parcialmente adaptado a vida e detalhes da vida na Eslováquia. E sentirei falta.
Nos 50% eu prefiro pensar que ainda faltam mais de 80%. Ah, se eu pudesse!
Nos 50% eu me sinto estranho.
Estranho como 50%.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Fotografias..
Sábado eu acordei meio tarde e resolvi andar pela cidade.
Peguei uns trocados, minha câmera e fui andar sem rumo. Quer dizer, quase sem rumo!
Eu queria andar pelo castelo, mas aí do castelo eu vi a ponte nova e da ponte nova eu vi a ponte Apollo. Este foi meu itinerário ;)
Fique com as fotos:
Peguei uns trocados, minha câmera e fui andar sem rumo. Quer dizer, quase sem rumo!
Eu queria andar pelo castelo, mas aí do castelo eu vi a ponte nova e da ponte nova eu vi a ponte Apollo. Este foi meu itinerário ;)
Fique com as fotos:
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Onde está Wallace?
Perdoe-me, mas é que são tantas as pessoas que eu acabo não lembrando.
Wallace, apresente-se, por favor.
(Eitado em 21/04/2008): Respondendo, MC e outras siglas da AIESEC podem ser encontradas aqui.
Sem mais.
Wallace, apresente-se, por favor.
(Eitado em 21/04/2008): Respondendo, MC e outras siglas da AIESEC podem ser encontradas aqui.
Sem mais.
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Caça as bruxas..
sexta-feira, 11 de abril de 2008
Cada povo tem o governo que merece...
Governo. Educação. Problemas sociais. Ruas.
Foi parado no ponto de ônibus ontem, olhando o "nada" que esta frase (mais uma vez) comprovou fazer o maior sentido do mundo desde os primórdios da minha habilidade de raciocínio.
Eram 22h, eu já morria de sono no ponto de ônibus esperando o 201, escorado na parede de acrílico fria, quando um sujeito, de aproximadamente 45 anos, barba por fazer, carrancudo, virado para rua e de costa para ao ponto de ônibus, termina de fumar o seu cigarro (nojento) e com aquele ar de liberdade Marlboro, calmamente, estende a mão e arremessa a bituca. Num ar de imponência ainda. Jogou, alí, a bituca. Na rua. Com um lixo a menos de 4m da bunda gorda dele.
O jovem sentado no banco de metal mais frio que o acrílico, cabelo baixo, aproximadamente 20 anos, vê a cena de relance e, como quem não aprova a situação, balança a cabeça negativamente, de forma discreta.
Fiquei com raiva. Muita raiva. Meuego superego (atualização: obrigado Lílian! lapso de momento, você está mais que certa!) entrou em batalha com o id, se eu pudesse descrever a batalha entre os dois eu diria que foi de proporções atômicas. O ego superego venceu, graças a Oxum (Deus, Iemanjá, Alá, você escolhe).
O 201 chegou.
Foi parado no ponto de ônibus ontem, olhando o "nada" que esta frase (mais uma vez) comprovou fazer o maior sentido do mundo desde os primórdios da minha habilidade de raciocínio.
Eram 22h, eu já morria de sono no ponto de ônibus esperando o 201, escorado na parede de acrílico fria, quando um sujeito, de aproximadamente 45 anos, barba por fazer, carrancudo, virado para rua e de costa para ao ponto de ônibus, termina de fumar o seu cigarro (nojento) e com aquele ar de liberdade Marlboro, calmamente, estende a mão e arremessa a bituca. Num ar de imponência ainda. Jogou, alí, a bituca. Na rua. Com um lixo a menos de 4m da bunda gorda dele.
O jovem sentado no banco de metal mais frio que o acrílico, cabelo baixo, aproximadamente 20 anos, vê a cena de relance e, como quem não aprova a situação, balança a cabeça negativamente, de forma discreta.
Fiquei com raiva. Muita raiva. Meu
O 201 chegou.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
R.I.P Ringo
Dizem que era uma mistura de pinscher com cocker.
Eu tinha 13 anos e não entendia nada de raça de cachorro (e ainda não entendo muito). Mas fiquei feliz. Era ele e a Pantera, uma pastora alemã, praticamente da mesma idade, porém esta última escapou e sumiu, ficou com a gente tempo suficiente para dar umas mordidas no Ringo (pois ele era menor e ela se aproveitava disso!).
O fato é que o Ringo era vira-lata.
Quando não na cozinha procurando o que comer, estava na sala, embaixo da mesa-de-2-metros, esperando a campanhia tocar para reagir instantaneamente e latir. Ou senão dormindo. Ou senão, na mesma mesa, esperando dar 18h para meu pai chegar e dar a volta sagrada da tarde...
Ah! E tinha de manhã também, quando ele escutava a coleira dele balançando e saía correndo desesperado, saltitante.
Ah!! E tem aquela história também do Dramin na mudança...e também aquela.. e aquela, e aquela outra!
Eu tinha 13 anos e não entendia nada de raça de cachorro (e ainda não entendo muito). Mas fiquei feliz. Era ele e a Pantera, uma pastora alemã, praticamente da mesma idade, porém esta última escapou e sumiu, ficou com a gente tempo suficiente para dar umas mordidas no Ringo (pois ele era menor e ela se aproveitava disso!).
O fato é que o Ringo era vira-lata.
Quando não na cozinha procurando o que comer, estava na sala, embaixo da mesa-de-2-metros, esperando a campanhia tocar para reagir instantaneamente e latir. Ou senão dormindo. Ou senão, na mesma mesa, esperando dar 18h para meu pai chegar e dar a volta sagrada da tarde...
Ah! E tinha de manhã também, quando ele escutava a coleira dele balançando e saía correndo desesperado, saltitante.
Ah!! E tem aquela história também do Dramin na mudança...e também aquela.. e aquela, e aquela outra!
Foram 10 anos, buddy!
Rest in peace! (e eu sei que você late em inglês! haha)
Rest in peace! (e eu sei que você late em inglês! haha)
Final de semana sem perspectiva?
Na sexta-feira teve uma festa no apartamento do Dom (britânico) e do Max (francês).
Do jeito normal de sempre: leve suas bebidas que há comida te esperando.
Cheguei meia-hora atrasado, 20h, mas o suficiente para pegar a comilança desde o começo. Havia aproximadamente 15 pessoas por lá, quase todos gringos, somente 2 ou 3 eslovacos.
Entendível mas engraçado como estrangeiros tem uma tendência natural de se aglomerarem...
Fizeram uma espécie de comida turca - pão sírio com vários recheios separados em pratos. Você escolhia o que você queria e montava o seu "prato". Nada de especial entre os recheios: tomate, alface, carne moída, pimentas.
Tinha muito vinho, meia garrafa de absinto e algumas bebidas estranhas (álcools típicos da Eslováquia, as "icas" da vida: slivovica, borovička, čerešňovica...).
Como sempre, em todas as festas existem formas bizarras de se beber álcool e nesta não foi diferente.
Cheguei na cozinha e o pessoal estava brincando com absinto: coloca-se açúcar numa colher, derrama-se absinto (e deixa o restante cair num copo, embaixo) e ateia-se fogo na colher. Espera-se o açúcar derreter e ainda com fogo na colher, coloca-a dentro do copo. Com o copo pegando fogo, mistura-se o açúcar com o restante de líquido, espera o fogo se apagar e bebe a mistura.
Apesar de já ter ouvido falar disso, eu confesso que a princípio eu fiquei assustado com o ritual todo! haha
Mas claro, não poderia deixar passar e lá foi eu manejar o coquetel.
Analisando bem, é engraçado como bêbado é sem noção: atear fogo na bebida para depois beber? É algo totalmente paradoxal, uma vez que quando o fogo se apaga ou é por dois motivos: falta de comburente (oxigênio) ou combustível (no caso, álcool). Como eu não estava asfixiado, cheguei à conclusão de que não tinha mais álcool e o que eu bebi era apenas água (e outras coisas) com açúcar. Não era à toa que aquilo tinha gosto de melado. Foi bom até.
De lá fomos para um pub, já era 23h. Alligator, um pub que toca rock/metal. Bom, como era se esperar, as pessoas não conseguiram ficar lá por muito tempo, principalmente por que a maioria não curtia a música. Mas valeu o gostinho, tocou Sepultura (banda brasileira em pub eslovaco, foi demais)!!
Já era 01:30h e a cambada resolveu ir para uma balada. É uma balada em um barco que fica ancorado no Rio Danúbio.
Rumamos para esta balada mas eu não queria entrar (e principalmente pagar), então dei meia-volta e fui para casa, mesmo por que já estava bem cansado.
O sábado foi light. Acordei já era 13h, resolvi ir ao Slovak Pub para comer batata com bacon e passar o resto da tarde no parque.
Detalhe para o tempo agora: sol quase todos os dias até às 19:30h, temperatura durante o dia, em média, 18ºC! Impressionante mas o humor das pessoas já mudou, todos estão nas ruas, nos parques, sentados, conversando na grama, num clima descontraído. A cidade toda parece um Ibirapuera em dia de final de semana.
À noite eu tinha uma reunião (pelo Skype) com o Rafael, para finalizar uns assuntos da comissão de formatura. E tinha coisa para se conversar! Fiquei das 19h às 01h resolvendo pepinos. Mas valeu a pena.
Acordei no domingo sem perspectiva. Na verdade essa foi a primeira vez que eu não tinha nada para fazer no domingo: nenhuma viagem programada, nenhuma conferência da AIESEC, nenhuma pendência para resolver. Eu estava me sentindo como no Brasil, no domingo. Sabe como eu me sinto no Brasil, no domingo? Escute a música "Domingo" do Titãs que você vai ver. Colocarei aqui um trecho da música:
Do jeito normal de sempre: leve suas bebidas que há comida te esperando.
Cheguei meia-hora atrasado, 20h, mas o suficiente para pegar a comilança desde o começo. Havia aproximadamente 15 pessoas por lá, quase todos gringos, somente 2 ou 3 eslovacos.
Entendível mas engraçado como estrangeiros tem uma tendência natural de se aglomerarem...
Fizeram uma espécie de comida turca - pão sírio com vários recheios separados em pratos. Você escolhia o que você queria e montava o seu "prato". Nada de especial entre os recheios: tomate, alface, carne moída, pimentas.
Tinha muito vinho, meia garrafa de absinto e algumas bebidas estranhas (álcools típicos da Eslováquia, as "icas" da vida: slivovica, borovička, čerešňovica...).
Como sempre, em todas as festas existem formas bizarras de se beber álcool e nesta não foi diferente.
Cheguei na cozinha e o pessoal estava brincando com absinto: coloca-se açúcar numa colher, derrama-se absinto (e deixa o restante cair num copo, embaixo) e ateia-se fogo na colher. Espera-se o açúcar derreter e ainda com fogo na colher, coloca-a dentro do copo. Com o copo pegando fogo, mistura-se o açúcar com o restante de líquido, espera o fogo se apagar e bebe a mistura.
Apesar de já ter ouvido falar disso, eu confesso que a princípio eu fiquei assustado com o ritual todo! haha
Mas claro, não poderia deixar passar e lá foi eu manejar o coquetel.
Analisando bem, é engraçado como bêbado é sem noção: atear fogo na bebida para depois beber? É algo totalmente paradoxal, uma vez que quando o fogo se apaga ou é por dois motivos: falta de comburente (oxigênio) ou combustível (no caso, álcool). Como eu não estava asfixiado, cheguei à conclusão de que não tinha mais álcool e o que eu bebi era apenas água (e outras coisas) com açúcar. Não era à toa que aquilo tinha gosto de melado. Foi bom até.
De lá fomos para um pub, já era 23h. Alligator, um pub que toca rock/metal. Bom, como era se esperar, as pessoas não conseguiram ficar lá por muito tempo, principalmente por que a maioria não curtia a música. Mas valeu o gostinho, tocou Sepultura (banda brasileira em pub eslovaco, foi demais)!!
Já era 01:30h e a cambada resolveu ir para uma balada. É uma balada em um barco que fica ancorado no Rio Danúbio.
Rumamos para esta balada mas eu não queria entrar (e principalmente pagar), então dei meia-volta e fui para casa, mesmo por que já estava bem cansado.
O sábado foi light. Acordei já era 13h, resolvi ir ao Slovak Pub para comer batata com bacon e passar o resto da tarde no parque.
Detalhe para o tempo agora: sol quase todos os dias até às 19:30h, temperatura durante o dia, em média, 18ºC! Impressionante mas o humor das pessoas já mudou, todos estão nas ruas, nos parques, sentados, conversando na grama, num clima descontraído. A cidade toda parece um Ibirapuera em dia de final de semana.
À noite eu tinha uma reunião (pelo Skype) com o Rafael, para finalizar uns assuntos da comissão de formatura. E tinha coisa para se conversar! Fiquei das 19h às 01h resolvendo pepinos. Mas valeu a pena.
Acordei no domingo sem perspectiva. Na verdade essa foi a primeira vez que eu não tinha nada para fazer no domingo: nenhuma viagem programada, nenhuma conferência da AIESEC, nenhuma pendência para resolver. Eu estava me sentindo como no Brasil, no domingo. Sabe como eu me sinto no Brasil, no domingo? Escute a música "Domingo" do Titãs que você vai ver. Colocarei aqui um trecho da música:
"Tudo está fechado
Tudo está fechado
Domingo é sempre assim
E quem não está acostumado?
É dia de descanso
Nem precisava tanto
É dia de descanso
Programa Sílvio Santos
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo acabar
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo acabar"
Tudo está fechado
Domingo é sempre assim
E quem não está acostumado?
É dia de descanso
Nem precisava tanto
É dia de descanso
Programa Sílvio Santos
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo acabar
Domingo eu quero ver o domingo passar
Domingo eu quero ver o domingo acabar"
(Titãs - Domingo)
Então eu já acordei às 12h querendo ver o dia passar.
Sem paciência e motivação nenhuma para cozinhar meu almoço eu fui procurar algo para comer na rua. Não muito distante de casa eu parei no supermercado (hipermercado, na verdade) e no segundo andar fui fazer uma (re)visita ao Fornetti. Fornetti é uma franquia que vende desde salgados/doces folheados a pizza (com uma massa típica). Eu fui de pizza. Comi uma pizza de 8 pedaços sozinho (calma, calma, aqui é normal. É possível comer uma pizza de 8 pedaços sozinho, principalmente por que a massa é da finura da massa de pastel! haha).
Já "triste" de tanto comer e impossibilitado de andar, desafiei minha falta de perspectiva e rumei para o ponto de ônibus, decidido a mudar o cenário e clima de domingo.
E para onde eu ia? Sei lá! Peguei o ônibus de sempre, que me deixaria no centro. No meio do caminho eu lembrei que tinha uma mostra (disponível até outubro) no museu Nacional cujo tema era "A Eslováquia no século 20". Alguns intercambistas já tinham ido nesta amostra e falaram muito bem, e que inclusive tinha versões em inglês. Pronto, já tinha para onde ir, apesar de não saber se estaria ou não aberto.
Cheguei na entrada do museu e li a plaquinha: "Aberto de terça a domingo, das 9h às 17h". Ou melhor: "Utorok-Nedel'a - 9h-17h". Viva!
Paguei o equivalente a 5R$ (desconto para estudante) e me aventurei pela Eslováquia do século 20, por cerca de 2:30h.
A Eslováquia que não era Eslováquia, mas sim uma colônia explorada pelo império Austro-Húngaro;
A Eslováquia dominada pelos Húngaros (tão dominada que teve, no começo do século 20, imposições de ensino da língua húngara nas escolas);
A Eslováquia que conseguiu sua semi-identidade na formação da Checoslováquia de 1918;
A Eslováquia que perdeu sua semi-identidade em 1939 e tornou-se fantoche da Alemanha Nazista;
A Eslováquia que sofreu pela perda de milhares de judeus nos campos de concentração durante o Holocausto;
A Eslováquia que ganhou sua semi-identidade novamente, pós 1945, em seu estado Checoslováquia, expulsando alemães e húngaros de sua terra;
A Eslováquia que perdeu sua liberdade no período vermelho, sobre influência da União Soviética;
A Eslováquia que ganha sua liberdade após a vitória do c apitalismo sobre o socialismo, em 1989;
A Eslováquia que agora sim poderia ser chamada de Eslováquia, na dissolução da Checoslováquia, em 1993;
A Eslováquia da União Européia, em 2004;
A Eslováquia do acordo de Schengen, em Dezembro de 2007;
Por todos estes marcos históricos do país, inclui-se fotos, moedas, uniformes e aparatos de guerra, declarações, muitos vídeos e vários papéis.
Para mim foi como tirar dos livros fatos e datas, o sofrimento de povos e a ânsia pela soberania nacional, e ver tudo alí, ao vivo, "no preto e no branco". Foi uma aula de história.
Saindo museu resolvi passear no centro, não esperando muita gente, como todo "domingo na minha cabeça".
Era um domingo de sol e, ao contrário do que pensei, as ruas do centro velho estavam entupidas de gente!
Turistas e mais turistas, nativos tomando banho de sol no gramado à beira do rio Danúbio. Pais e filhos caminhando. Jovens carregando seus patins nos ombros indo para não-sei-onde. Mães empurrando seus carrinhos de bebê. Cachorros e mais cachorros, alegres e felizes andando com seus donos pela cidade. Foi como reavivar o ânimo e tirar da cabeça que os domingos na Eslováquia são como os domingos do Brasil.
Lojas abertas, feiras e barraquinhas alimentadas pelo turismo do centro velho. Muito, mais muito movimento..
Após cruzar o mar de gente, entrei num café, sentei e pedi um capuccino, com direito a diálogo em Eslovaco! (Jedena capuccino, prosím!)
Saboreei o capuccino ao mesmo tempo que lia o livreto do museu, com os pontos turísticos e amostras/exibições do mês (e já tenhos mais programas agendados - aguardem!)
No meio da leitura eu tive a brilhante idéia de ir ao cinema. Ainda eram 16h e o shopping era "logo alí", então tomei um ônibus (me perdi por uns 15min) e cheguei no shopping.
Como reflexo do centro, mais e mais gente andava para lá e para cá, como os shoppings no Brasil no domingo.
Comprei meu bilhete para a sessão "Onde os Fracos Não Têm Vez" (No Country for Old Men), áudio em inglês e legenda em tcheco!
Como a sessão ia começar em 2h, fui gastar a sola do meu tênis andando pelo shopping e no meio do hall da entrada principal (eu tinha entrado pela lateral) eu me deparo com um torneio de squash e uma semi-arquibancada montada para o público!
Não me lembro a última vez que vi um jogo de squash, para falar a verdade se eu vi eu nunca prestei a atenção, então dei esta chance a mim mesmo, comprei uma água e sentei na arquibancada. Confesso que é um jogo interessante de se ver! Dá até emoção..
Fiquei quase o tempo todo alí, sentado, vendo a bolinha pingando para lá e para cá na quadra montada em 100% de vidro transparente.
Saí dalí, passei na C&A, comprei umas roupas e fui pro cinema.
O filme é excelente e vale a pena! Tive que fazer o esforço de uma mãe que vai dar luz ao filho para entender o sotaque texano do Tommy Lee Jones, mas consegui entender o filme. Ufa.
Já eram 20:30h quando o filme acabou. Cheguei em casa 21:30h, pus a roupa para lavar, mexi um pouco na internet e fui dormir. Afinal, segunda-feira 6:20 me espera..
* Desculpe a ausência de fotos neste relato, mas, como falado, foi totalmente fora de planejamento! ;)
Sem paciência e motivação nenhuma para cozinhar meu almoço eu fui procurar algo para comer na rua. Não muito distante de casa eu parei no supermercado (hipermercado, na verdade) e no segundo andar fui fazer uma (re)visita ao Fornetti. Fornetti é uma franquia que vende desde salgados/doces folheados a pizza (com uma massa típica). Eu fui de pizza. Comi uma pizza de 8 pedaços sozinho (calma, calma, aqui é normal. É possível comer uma pizza de 8 pedaços sozinho, principalmente por que a massa é da finura da massa de pastel! haha).
Já "triste" de tanto comer e impossibilitado de andar, desafiei minha falta de perspectiva e rumei para o ponto de ônibus, decidido a mudar o cenário e clima de domingo.
E para onde eu ia? Sei lá! Peguei o ônibus de sempre, que me deixaria no centro. No meio do caminho eu lembrei que tinha uma mostra (disponível até outubro) no museu Nacional cujo tema era "A Eslováquia no século 20". Alguns intercambistas já tinham ido nesta amostra e falaram muito bem, e que inclusive tinha versões em inglês. Pronto, já tinha para onde ir, apesar de não saber se estaria ou não aberto.
Cheguei na entrada do museu e li a plaquinha: "Aberto de terça a domingo, das 9h às 17h". Ou melhor: "Utorok-Nedel'a - 9h-17h". Viva!
Paguei o equivalente a 5R$ (desconto para estudante) e me aventurei pela Eslováquia do século 20, por cerca de 2:30h.
A Eslováquia que não era Eslováquia, mas sim uma colônia explorada pelo império Austro-Húngaro;
A Eslováquia dominada pelos Húngaros (tão dominada que teve, no começo do século 20, imposições de ensino da língua húngara nas escolas);
A Eslováquia que conseguiu sua semi-identidade na formação da Checoslováquia de 1918;
A Eslováquia que perdeu sua semi-identidade em 1939 e tornou-se fantoche da Alemanha Nazista;
A Eslováquia que sofreu pela perda de milhares de judeus nos campos de concentração durante o Holocausto;
A Eslováquia que ganhou sua semi-identidade novamente, pós 1945, em seu estado Checoslováquia, expulsando alemães e húngaros de sua terra;
A Eslováquia que perdeu sua liberdade no período vermelho, sobre influência da União Soviética;
A Eslováquia que ganha sua liberdade após a vitória do c apitalismo sobre o socialismo, em 1989;
A Eslováquia que agora sim poderia ser chamada de Eslováquia, na dissolução da Checoslováquia, em 1993;
A Eslováquia da União Européia, em 2004;
A Eslováquia do acordo de Schengen, em Dezembro de 2007;
Por todos estes marcos históricos do país, inclui-se fotos, moedas, uniformes e aparatos de guerra, declarações, muitos vídeos e vários papéis.
Para mim foi como tirar dos livros fatos e datas, o sofrimento de povos e a ânsia pela soberania nacional, e ver tudo alí, ao vivo, "no preto e no branco". Foi uma aula de história.
Saindo museu resolvi passear no centro, não esperando muita gente, como todo "domingo na minha cabeça".
Era um domingo de sol e, ao contrário do que pensei, as ruas do centro velho estavam entupidas de gente!
Turistas e mais turistas, nativos tomando banho de sol no gramado à beira do rio Danúbio. Pais e filhos caminhando. Jovens carregando seus patins nos ombros indo para não-sei-onde. Mães empurrando seus carrinhos de bebê. Cachorros e mais cachorros, alegres e felizes andando com seus donos pela cidade. Foi como reavivar o ânimo e tirar da cabeça que os domingos na Eslováquia são como os domingos do Brasil.
Lojas abertas, feiras e barraquinhas alimentadas pelo turismo do centro velho. Muito, mais muito movimento..
Após cruzar o mar de gente, entrei num café, sentei e pedi um capuccino, com direito a diálogo em Eslovaco! (Jedena capuccino, prosím!)
Saboreei o capuccino ao mesmo tempo que lia o livreto do museu, com os pontos turísticos e amostras/exibições do mês (e já tenhos mais programas agendados - aguardem!)
No meio da leitura eu tive a brilhante idéia de ir ao cinema. Ainda eram 16h e o shopping era "logo alí", então tomei um ônibus (me perdi por uns 15min) e cheguei no shopping.
Como reflexo do centro, mais e mais gente andava para lá e para cá, como os shoppings no Brasil no domingo.
Comprei meu bilhete para a sessão "Onde os Fracos Não Têm Vez" (No Country for Old Men), áudio em inglês e legenda em tcheco!
Como a sessão ia começar em 2h, fui gastar a sola do meu tênis andando pelo shopping e no meio do hall da entrada principal (eu tinha entrado pela lateral) eu me deparo com um torneio de squash e uma semi-arquibancada montada para o público!
Não me lembro a última vez que vi um jogo de squash, para falar a verdade se eu vi eu nunca prestei a atenção, então dei esta chance a mim mesmo, comprei uma água e sentei na arquibancada. Confesso que é um jogo interessante de se ver! Dá até emoção..
Fiquei quase o tempo todo alí, sentado, vendo a bolinha pingando para lá e para cá na quadra montada em 100% de vidro transparente.
Saí dalí, passei na C&A, comprei umas roupas e fui pro cinema.
O filme é excelente e vale a pena! Tive que fazer o esforço de uma mãe que vai dar luz ao filho para entender o sotaque texano do Tommy Lee Jones, mas consegui entender o filme. Ufa.
Já eram 20:30h quando o filme acabou. Cheguei em casa 21:30h, pus a roupa para lavar, mexi um pouco na internet e fui dormir. Afinal, segunda-feira 6:20 me espera..
* Desculpe a ausência de fotos neste relato, mas, como falado, foi totalmente fora de planejamento! ;)
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Frozen People
Ou, em português, "Pessoas congeladas".
A idéia surgiu em Nova York e foi criada por um grupo chamado "Improv Everywhere" (Improviso em todo lugar), liderado por um professor de teatro e formado por diversas pessoas, incluindo estudantes e outros cidadãos nova-iorquinos.
O principal objetivo do grupo é criar situações inusitadas, engraças, em ambientes públicos para simplesmente alegrar a vida do povo. Como dizem eles mesmos no site: "Improv Everywhere is, at its core, about having fun."
Tudo acontece sem aviso prévio ao público e o grupo pode ser de poucas pessoas até centenas de pessoas, dependendo da idéia (por isso difere-se do Flash Mob, pois esta consiste sempre em multidão, como a famosa guerra de travesseiros).
A mais famosa das invenções (chamadas de missões) deste grupo é o "Frozen People", que consiste em chegar uma multidão de agentes (como são chamadas as pessoas que participam das missões) num determinado lugar público, movimentado, e em um determinado momento os agentes se congelam por 5 minutos.
É tudo muito natural. Os agentes estão "camuflados", são pessoas normais andando em lugares movimentados, onde a impessoalidade reina. De repente todos os agentes se congelam e àqueles que passam pelo lugar ficam intrigados, curiosos, com uma nova história para contar no final do dia. Este é o intuito.
Já aconteceu na estação central de Nova York (primeira vez) e se espalhou pelo mundo: Londres, Berlim, Quebec, Hong Kong, Cidade do México, enfim, a lista completa você pode conferir aqui. São mais de 27 países segundo o site. Como a contabilidade é independente, eu assumo que este número já deva passar de 50! :) Se brincar já até aconteceu no Brasil também.
Ontem aconteceu aqui em Bratislava, no meio do Shopping Aupark (o maior da cidade) e, claro, eu não pude perder! Eu lembro que quando eu estava no Brasil eu sempre via estas coisas acontecerem e, de certa forma, reclamava: "Putz! Podíamos fazer estas coisas no Brasil também.." ou, para ser franco, eu sempre soltava "Ahhh mas é uma porcaria morar no Brasil mesmo!!!" haha
Sempre me simpatizei essas "atoices" e agora que estava acontecendo eu não podia deixar passar!
Recebi um SPAM na segunda-feira com data de encontro para instruções de onde, como e quando congelaríamos, mas infelizmente não pude atender, pois estava trabalhando. Sabia-se, pelo email, que o horário seria 17h, porém os detalhes (como qual seria o sinal para congelar) só seriam divulgados na reunião às 16h, numa praça perto do shopping.
Fiz alguns contatos e descobri que alguns AIESECers iriam congelar também, então agendei com eles que chegaria uns 5 minutos ates do congelamento e pegaria as instruções com eles.
Sai do trabalho, corri um pouco, peguei o ônibus e consegui chegar a tempo, exatos 5 minutos antes. Encontrei dois AIESECers que estavam zanzando pela entrada e eles me passaram as infos. Tudo pronto.
O sinal seria em eslovaco, dado através de um microfone que estava sendo instalado em um palco no meio do hall de entrada e seria algo como aquele teste de microfone: "Um, dois três, testando!". Algo normal!
Passados os 5 minutos, uma voz, em eslovaco:
_ "Jeden, dva, tri..microfona!"
Algumas pessoas estavam andando, outras paradas lendo livro, outras namorando, algumas bebendo água, outras sentadas anotando algo. Eu estava colocando minha jaqueta e congelei com um braço semi-aberto, colocando uma manga da jaqueta. Foram aproximadamente 50 pessoas congeladas em posições inusitadas!
E o resto do público andando, ou melhor, tentando andar, por que as 50 pessoas, querendo ou não, acabavam atrapalhando o trânsito. Eu não entendia o que as pessoas ao redor falavam, mas a cara de espanto valeu mais do que mil palavras! hahaha
Cinco minutos depois, a mesma voz:
_ "Jeden, dva, tri... microfona!"
Todos descongelaram e continuaram andando, ou fazendo o que estavam fazendo antes, como se nada tivesse acontecido. Eu estava cruzando o hall na hora, então terminei de colocar a jaqueta, parei para conversar com os AIESECos e saimos do hall para o supermercado.
Dêem uma olhada no vídeo e a foto (indicativa): apesar da péssima qualidade do vídeo e horripilante montagem, eu apareço, entre outros momento, no minuto 2:00, bem embaixo da tela, embora não dê para reconhecer direito (se você analisar dá pra ver a parte prateada da toca da minha jaqueta - é, eu sei que é demais..hehe).
A idéia surgiu em Nova York e foi criada por um grupo chamado "Improv Everywhere" (Improviso em todo lugar), liderado por um professor de teatro e formado por diversas pessoas, incluindo estudantes e outros cidadãos nova-iorquinos.
O principal objetivo do grupo é criar situações inusitadas, engraças, em ambientes públicos para simplesmente alegrar a vida do povo. Como dizem eles mesmos no site: "Improv Everywhere is, at its core, about having fun."
Tudo acontece sem aviso prévio ao público e o grupo pode ser de poucas pessoas até centenas de pessoas, dependendo da idéia (por isso difere-se do Flash Mob, pois esta consiste sempre em multidão, como a famosa guerra de travesseiros).
A mais famosa das invenções (chamadas de missões) deste grupo é o "Frozen People", que consiste em chegar uma multidão de agentes (como são chamadas as pessoas que participam das missões) num determinado lugar público, movimentado, e em um determinado momento os agentes se congelam por 5 minutos.
É tudo muito natural. Os agentes estão "camuflados", são pessoas normais andando em lugares movimentados, onde a impessoalidade reina. De repente todos os agentes se congelam e àqueles que passam pelo lugar ficam intrigados, curiosos, com uma nova história para contar no final do dia. Este é o intuito.
Já aconteceu na estação central de Nova York (primeira vez) e se espalhou pelo mundo: Londres, Berlim, Quebec, Hong Kong, Cidade do México, enfim, a lista completa você pode conferir aqui. São mais de 27 países segundo o site. Como a contabilidade é independente, eu assumo que este número já deva passar de 50! :) Se brincar já até aconteceu no Brasil também.
Ontem aconteceu aqui em Bratislava, no meio do Shopping Aupark (o maior da cidade) e, claro, eu não pude perder! Eu lembro que quando eu estava no Brasil eu sempre via estas coisas acontecerem e, de certa forma, reclamava: "Putz! Podíamos fazer estas coisas no Brasil também.." ou, para ser franco, eu sempre soltava "Ahhh mas é uma porcaria morar no Brasil mesmo!!!" haha
Sempre me simpatizei essas "atoices" e agora que estava acontecendo eu não podia deixar passar!
Recebi um SPAM na segunda-feira com data de encontro para instruções de onde, como e quando congelaríamos, mas infelizmente não pude atender, pois estava trabalhando. Sabia-se, pelo email, que o horário seria 17h, porém os detalhes (como qual seria o sinal para congelar) só seriam divulgados na reunião às 16h, numa praça perto do shopping.
Fiz alguns contatos e descobri que alguns AIESECers iriam congelar também, então agendei com eles que chegaria uns 5 minutos ates do congelamento e pegaria as instruções com eles.
Sai do trabalho, corri um pouco, peguei o ônibus e consegui chegar a tempo, exatos 5 minutos antes. Encontrei dois AIESECers que estavam zanzando pela entrada e eles me passaram as infos. Tudo pronto.
O sinal seria em eslovaco, dado através de um microfone que estava sendo instalado em um palco no meio do hall de entrada e seria algo como aquele teste de microfone: "Um, dois três, testando!". Algo normal!
Passados os 5 minutos, uma voz, em eslovaco:
_ "Jeden, dva, tri..microfona!"
Algumas pessoas estavam andando, outras paradas lendo livro, outras namorando, algumas bebendo água, outras sentadas anotando algo. Eu estava colocando minha jaqueta e congelei com um braço semi-aberto, colocando uma manga da jaqueta. Foram aproximadamente 50 pessoas congeladas em posições inusitadas!
E o resto do público andando, ou melhor, tentando andar, por que as 50 pessoas, querendo ou não, acabavam atrapalhando o trânsito. Eu não entendia o que as pessoas ao redor falavam, mas a cara de espanto valeu mais do que mil palavras! hahaha
Cinco minutos depois, a mesma voz:
_ "Jeden, dva, tri... microfona!"
Todos descongelaram e continuaram andando, ou fazendo o que estavam fazendo antes, como se nada tivesse acontecido. Eu estava cruzando o hall na hora, então terminei de colocar a jaqueta, parei para conversar com os AIESECos e saimos do hall para o supermercado.
Dêem uma olhada no vídeo e a foto (indicativa): apesar da péssima qualidade do vídeo e horripilante montagem, eu apareço, entre outros momento, no minuto 2:00, bem embaixo da tela, embora não dê para reconhecer direito (se você analisar dá pra ver a parte prateada da toca da minha jaqueta - é, eu sei que é demais..hehe).
Eu aconselho dar uma passada no site Improv Everywhere (em inglês) olhar as outras missões, pois são muito engraçadas, especialmente a missão The Moebius, que consistiu em repetir, por aproximadamente uma hora, a mesma sequência de eventos dentro da cafeteria Starbucks: um casal discutindo, um cara derrubando café/água, outro saindo para ir no banheiro e esbarra na cadeira, e um cara entrando por uma porta e saindo pela outra tocando uma música - tudo isso sincronizado e exatamente igual, por 12 vezes.
Let's improv the fun! :)
Let's improv the fun! :)
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