Lembro-me muito bem de quando cheguei pela primeira vez por estas bandas e um dos choques que tive foi com a qualidade dos serviço, principalmente em bares e restaurantes.
Não estou falando de nada espetacular - manobristas, tapete vermelho e holofotes. Falo de coisa básica.
Exemplo:
Um vez, numa desses invernos de rachar, após pedir um chá de morango (sachê) e mel num pub, eu chamei o garçom para reclamar que aquilo não era um sachê de morango - era de alguma "berry" qualquer que não me lembro. O garçom teve a audácia de falar que o de morango tinha acabado. Simples assim. Pensei: "Ah! E ele trouxe o que deu na telha dele?". OI?
Eu entendo os porquês - pense que, no passado, não existia concorrência. Prestar um serviço bom pra que, não é? :) Mas isso, no Brasil, é um insulto grande - e pode levar a desemprego.
Felizmente as coisas estão mudando - perto de onde trabalho, num desses restaurantes para almoço diário, um colega reclamou que a comida dele estava "incomível". O dono trouxe outro prato e se desculpou, e, no final, meu colega não pagou nenhum dos dois pratos (eu esperava pagamento de pelo menos um, mas ok).
Por outro lado, terça-feira fomos no Hornbach (uma loja alemã de materiais para construção e mobílias) comprar uma cadeira para por na sacada. Chegando lá, as cadeiras estavam todas do lado de fora, à mostra. Cheguei, sentei e fiquei lá testando a cadeira. Não deu 5min o segurança veio, com aquela cara de esse-moleque-ta-tentando-fazer-algo: "O que aconteceu?" - hahah eu fiz cara de paisagem. Não acreditei no que ele tava falando. Levantei na mesma hora e sai, afinal, não sou obrigado a gastar meu dinheiro em estabelecimento que trata cliente como se fosse ... sei lá. Fica dica pra próxima: ao abordar um cliente, seu comportamento deve ser: "Pois não, posso ajudar?" - mesmo se o cliente estiver tentando DEPREDAR o produto.
Outra vez, por exemplo, fomos comprar uma peça (um mini-amortecedor pra prateleira da cozinha) e, ao chegar na loja (esnobe, diga-se de passagem - tão esnobe quanto o antigo dono), o vendedor falou: "Ah! Mas essa prateleira é modelo velho.. tem uns 2 anos? Então, a gente não vende peça pra ela..".
Quando tentamos iniciar um diálogo, ele já completou: "Próximos!". Ele já estava chamando o casal atrás da gente. Atrás. Da. Gente. PODE? Interrompemos:
"Mas moço, não tem como encomendar a peça? Afinal, vocês que produzem...".
"Não, não dá. A gente faz umas 40 cozinhas por mês, não temos tempo pra isso."
Alou Brasil, tá me ouvindo? Fiquei sem acreditar no que ouvira. Sério.
Desnecessário comentar que eu não piso mais naquele muquifo, né? E espalho a má fama ainda! :D Favor cívico.
Pois bem: eu tenho minha blacklist de estabelecimentos em que não piso mais - como também tenho minha whitelist de estabelecimentos que indico!
Na Eslováquia, no Brasil, na China: faça o mesmo. Ou você só reafirma que seu dinheiro não vale NADA.